Por: Politicamente Correto
Hoje me deparei com mais uma notícia de envergonhar o povo carioca: pela terceira vez, só nesse mês, a emergência de um dos principais hospitais da rede municipal do Rio fechou por cerca de duas horas e meia. O motivo, simples: falta de médicos! Isso mesmo que você leu!!
Na noite desta segunda feira, dia 26/01, quem contou com o serviço público de saúde, do Hospital Lourenço Jorge situado na Barra da Tijuca, zona Oeste do estado, teve que ter paciência para aguardar por algumas horas até que o problema fosse contornado. A solução foi simples: o diretor do hospital, Flávio Silveira, determinou o fechamento da unidade e solicitou o auxílio de bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, para encaminhar (ou “carregar”?) os pacientes para outras unidades do município, devido ao grande número de pacientes que aguardavam na fila de espera, por volta das 20h.
O triste é que, de acordo com funcionários e pacientes, o transtorno teria começado às 19h, durante a troca de turno, e apenas três médicos estavam disponíveis para atender cerca de 60 pessoas. Resultado: uma hora e meia após o início do plantão, as portas foram fechadas para que pacientes graves não fossem trazidos para o hospital de ambulância.
O secretário de Saúde, Hans Dohmann, foi pessoalmente ao hospital – chegou por volta das 23h! – para verificar o motivo da interdição. E chegou à conclusão que o problema foi causado pela falta dos profissionais...
Mas não pára por aí! Os vigilantes que estariam no hospital de plantão durante a madrugada, abandonaram o serviço. O motivo: um protesto pelo atraso dos salários. Eles teriam aproveitado a falta dos médicos para protestar contra o atraso no pagamento de dois meses de salários e benefícios.
O subsecretário de Saúde, João Luiz Ferreira da Costa, que também esteve presente no hospital, admitiu as precárias instalações, mas negou que o fato comprometesse o tratamento deles, além de acrescentar que a ampliação de leitos é uma das metas da Secretaria. Detalhe que, na Emergência, pelo menos 10 pacientes aguardaram atendimento deitados em macas improvisadas...
Quanto às condições de funcionamento, para Dohmann, o problema é decorrente da herança deixada pela administração anterior, por outros governos.
No final da manhã de hoje, dia 27/01, o prefeito Eduardo Paes, fez vistoria na unidade de saúde – como nos antigos seriados da Liga da Justiça: “no dia seguinte!” –, admitiu que houve desorganização no atendimento e autorizou a Secretaria de Saúde a fazer novas contratações, preenchendo as vagas disponíveis dos hospitais municipais. Além disso, o prefeito criticou os médicos que faltaram sem avisar ao plantão. Entretanto, no final de sua declaração, Paes transpareceu esperar que os médicos não estivessem punindo a população pelos débitos da gestão anterior... É, acho que ficou claro de onde vem o real motivo de todo este transtorno.